ARMAS CONTRA A DITADURA (1967-1974)

INTRODUÇÃO

Durante os depoimentos à Comissão da Verdade, entre 2013 e 2014, os principais agentes da ditadura acusados dos mais terríveis crimes contra a humanidade, justificaram suas ações como atos de guerra.

Na visão desses criminosos, desde 1967 o Brasil estava em guerra e corria o risco real de se tornar uma ditadura comunista, tendo em vista a mobilização de grupos revolucionários, armados e equipados por Cuba, para tomar o poder (http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/).

Esse argumento já foi refutado diversas vezes e muitos dados históricos demonstram que se tratava de pura propaganda da ditadura para justificar o endurecimento do regime, a eliminação física de seus oponentes, mesmo depois de derrotados e presos.

A falácia da guerra contra os comunistas apoiados por Cuba cai por terra com uma simples análise do arsenal das esquerdas revolucionárias envolvidas na luta armada. Os dados referentes as quantidades, tipos e origem do armamento comprovam que as esquerdas revolucionárias jamais tiveram qualquer chance real de tomar o poder. Portanto, ao contrário das justificativas da ditadura, o que se teve no brasil entre 1967 e 1974 não foi uma guerra, mas um massacre decorrente de um confronto assimétrico.

Assumindo que em qualquer conflito bélico, independentemente da escala, a condição básica para uma vitória é a capacidade militar (efetivos e arsenais) de cada um dos lados envolvidos.

Nos dois pontos a discrepância entre as forças armadas e as organizações revolucionárias era total.

ORIGEM DAS ARMAS

Tentar analisar o arsenal dos grupos revolucionários daquele período buscando dados referentes às características, quantidades e origem é uma tarefa complexa. A literatura sobre o período em questão é riquíssima, e aborda vários aspectos da luta armada, mas a questão do armamento é quase sempre mencionada indiretamente. 

Para fazer frente a um inimigo tão bem equipado, os grupos revolucionários precisavam de um arsenal minimamente confiável.

A ditadura brasileira era profundamente militarizada, apoiada pela maior potência bélica e econômica do globo desde os primeiros dias do golpe, através do fornecimento de petróleo, armas e equipamentos diversos (MOURÃO 2005:22).

Para as organizações revolucionárias, buscar apoio do governo cubano seria o caminho natural. Além do alinhamento ideológico, os revolucionários cubanos também defendiam a concepção de “exportação da revolução” para outros países, especialmente da América Latina. Soma-se a isso o fato de que Cuba já apoiava, desde 1960, financeiramente o Movimento Revolucionário Tiradentes, braço militar das Ligas Camponesas (ROLLEMBERG 2001; MAGALHÃES 2012).

Mas após abril de 1964, o apoio de Cuba à luta armada no Brasil jamais se materializou em armas e equipamentos bélicos e se restringiu a treinamento militar de militantes em seu território, asilo político para muitos que escaparam e ajuda financeira.

Apesar dessa realidade, o exército brasileiro acreditava que o Partido Comunista Cubano fornecia armas, dinheiro, orientação político-militar, treinamento e documentos às organizações revolucionárias brasileiras, notadamente ao Movimento de Libertação Popular (MOLIPO), como consta no Relatório Periódico de Informações nº 02/1972 (2º Exército). De acordo com Rollemberg, tal informação não é verdadeira e não se sustenta à luz das evidências existentes que indicam que os cubanos forneceram apenas documentos falsos para que alguns militantes do MOLIPO pudessem retornar ao Brasil (ROLLEMBERG 2007:33).

Provavelmente, a principal razão que inviabilizou o fornecimento de armas aos revolucionários brasileiros seja de cunho logístico. Já que desde 1965, Cuba já contava com capacidade bélica considerável e um grande estoque de armas soviéticas, com destaque para AK’s 47 (Kalashnikovs type 56), além de armas (UZI’s, M3’s, etc.) obtidas no mercado paralelo e usadas em seus campos de treinamento (HSDL 1979, SMITH 1990, JOHNSTON & NELSON 2010). É importante destacar que nenhuma dessas armas jamais foi apreendida durante as ações de repressão às organizações revolucionárias brasileiras.

Entre as evidências que comprovam que Cuba não forneceu armamento aos revolucionários brasileiros, constam depoimentos de ex-militantes da luta armada. José Carlos Giannini ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), por exemplo, informa que não havia armas de Cuba e que todas eram obtidas aqui no Brasil (ROLLEMBERG 2001:233).

Sem as armas de Cuba a única alternativa das organizações revolucionárias era a expropriação de valores e armas, preferencialmente dos depósitos militares, uma vez que a ditadura contava com farta quantidade de armas produzidas aqui mesmo, como as submetralhadoras INA ACP 45 fabricadas pela Indústria Nacional de Armas, entre 1950 e 1972, baseada no projeto da dinamarquesa Madsen 9 mm, e o Fuzil Automático Leve/FAL 762 manufaturado pela Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) a partir de 1964 (BASTOS s/d; HENROTIN 2004). O apoio militar norte-americano e o parque industrial bélico brasileiro garantiram um fluxo continuo de armas às forças oficiais durante o conflito, e num primeiro momento os grupos revolucionários poderiam tirar proveito disso.

EXPROPRIAÇÕES

A expropriações de armas e de dinheiro para comprá-las foi o único caminho encontrado pelos revolucionários para conseguir os meios para combater a ditadura (LIMA 2007).

Na verdade, as ações de expropriação se iniciaram pouco tempo depois do golpe. Ainda em 1965, foram capturadas armas e munições do quartel do Tiro de Guerra de Anápolis/GO (BRASIL MPF 2017:141). Antes de 1968, já ocorriam ações isoladas de captura de revólveres de seguranças privados ou de patrulhas policiais isolados.

Carlos Eugênio da Paz, ex-comandante da ALN, recorda que para conseguir dinheiro e armas, a organização lançou mão de várias ações de expropriação por semana, a bancos e supermercados (ROLLEMBERG 2001:241). A ALN chegou a iniciar a instalação de uma fábrica de armas (MAGALHÃES 2012:341).

José Araújo Nóbrega, ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, também assumiu ter participado de ações (…) de expropriação de armas (SÃO PAULO 2014:11).

A Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) realizou muitas expropriações, incluindo empresas, bancos, lojas de armas, entre outras. Num ataque a um carro forte foram capturadas duas submetralhadoras e uma escopeta calibre 12, além dos valores transportados no veículo (USTRA 1987).

Em 1968, a VPR expropriou 48 armas e grande quantidade de munição da Casa de Armas Diana, em São Paulo. Durante um interrogatório, no DOPS SP (31/12/1969) um de seus militantes revelou que numa expropriação realizada em São Caetano, foram capturados 10 fuzis sem ferrolho que ficaram com a VPR e 13 com ferrolho que ficaram com a VAR (JOFFILY 2008:169)

Mas o principal objetivo era capturar as armas do inimigo, atacando seus depósitos e quartéis. Nesses locais, poderiam ser obtidas armas semelhantes às da repressão em quantidades significativas (JOSÉ & MIRANDA 1980; MACIEL 2003 e GOMES NOGUEIRA  2008).

Em dezembro de 1968, a VPR capturou uma submetralhadora INA numa ação no Quartel da Força Pública de São Paulo. No mesmo ano, capturaram nove FAL’s das sentinelas do Hospital Geral do Exército (SP) (MAGALHÃES 2012:324). No ano seguinte, planejaram capturar 360 FAL’s e grande quantidade de armas, munições e equipamentos do 4º Regimento de Infantaria do Exército, em Quitaúna (SP), mas os planos foram alterados após a prisão de alguns militantes da organização com o caminhão que seria usado na ação (JOSÉ & MIRANDA 1980:36/37). A ação foi redimensionada e foram expropriados 63 FAL’s, 10 submetralhadoras INA e munição (JOSÉ &; MIRANDA 1980; MAGALHÃES 2012).

A VPR de Lamarca, foi a organização revolucionária mais eficaz na captura de armas de alvos militares e policias. Mas estranhamente uma parte ínfima desse armamento foi usado na linha de frente do combate à ditadura (JOSÉ & MIRANDA 1980; MACIEL 2003 e GOMES NOGUEIRA  2008).

As ações de expropriação levaram 96 militantes ao banco dos réus com base na Lei de Segurança Nacional, acusados de extravio e posse ilegal de armas das forças armadas, em 1969 (ALVES 2009:99).

Além das expropriações outra forma encontrada para obter armas, segundo Faria, citando ex-militantes, foi a associação com criminosos comuns, que possuíam armas, coragem, ousadia e treinamento para o tipo de ações praticadas durante a luta armada (FARIA 2005:37). Também foi montada uma oficina de armas e explosivos e uma área de treinamento na serra do Mendanha. Ao final essa aliança não correspondeu às expectativas da VPR (FARIA 2005:53)

Apolo Lisboa, ex-militante da POLOP (Organização Revolucionária Política Operária) e do COLINA (Comando de Libertação Nacional), conta que um dos maiores fornecedores de armas aos grupos revolucionários no Rio de Janeiro eram as polícias e as forças armadas: era só você ter dinheiro, que você comprava qualquer arma (entrevista TVALMG Memória e Poder, 19/06/2013).

Também ocorreram expropriações de coleções particulares de armas, inclusive nas festas da passagem de ano em 1969 (MAGALHÃES 2012:315/340). Talvez seja essa a origem de algumas armas exóticas citadas pelos militantes (pistola Luger, carabina Winchester e submetralhadoras Royal e Schmeisser, entre outras).

Além das expropriações, Golin conta que em 1966 foram feitas rifas para comprar armas para a Guerrilha do Caparaó, em 1966 (GOLIN 1999).

Como se vê, os grupos revolucionários não receberam material bélico de Cuba ou de qualquer outro país e seu arsenal constituído com armas de diferentes origens obtidas através de expropriações, o que torna difícil a quantificação exata e a caracterização da totalidade das mesmas.

QUANTIDADE E TIPOS DE ARMAS

Quantificar o arsenal dos grupos revolucionários brasileiros, mesmo que de forma aproximada é tarefa complexa, especialmente se considerarmos que em um conflito bélico, independentemente da escala, a condição básica para uma vitória é a capacidade militar de cada um dos lados envolvidos, que pode ser avaliada levando-se em conta dois fatores: efetivos e arsenais.

Há poucos registros oficiais dos órgãos de repressão sobre arsenal dos grupos revolucionários, já que grande parte da documentação daquele período foi extraviada ou destruída. Os poucos documentos remanescentes são omissos ou incompletos em relação ao tema.

Num desses registros, de um interrogatório no DOPS SP (17/05/1970), um militante da VPR informa que em um aparelho da REDE (Resistência Democrática) havia três ou quatro revolveres 38, uma submetralhadora INA, uma Winchester, duas ou três granadas de mão uma lata com explosivos (JOFFILY 2008:167).

Carlos Eugênio da Paz ex-comandante militar da ALN relata em entrevista o uso de um fuzil Mauser 762, pistola Luger 9 mm, uma submetralhadora Schmeisser e uma bazuca artesanal (CV-PUC/SP 23/10/2013).


Foto 1: Armas apreendidas de militantes da ALN, mortos durante a ação, em São Paulo, 1972

(noticias.cvrs.fiocruz.br)

São informações dispersas e pontuais que pouco contribuem para uma quantificação precisa do armamento, mas demonstram a precariedade e inferioridade em relação ao aparato repressivo.

Em relação aos 72 FAL’s expropriados pela VPR, é possível mapear o destino de parte deles. Sabe-se que a repressão recuperou 18, pouco tempo depois da expropriação, dos 54 restantes, 53 foram entregues a Joaquim Câmara Ferreira (ALN), que dividiu esse total em quatro lotes. O primeiro foi guardado em um condomínio em São Paulo, por um militante da ALN que era o zelador. O segundo foi guardado por outro apoiador da organização em local desconhecido, o terceiro lote teria submergido no rio Pinheiros e do total restante, a organização usou apenas um em um assalto a banco e enterrou os demais (MAGALHÃES 2012:324).

Foto 2: Armas recuperadas pela repressão em um aparelho da VAR-Palmares, São Paulo, 1969. Entre elas, as armas expropriadas por Lamarca do quartel 4-RI (quartel do Exército em Quitaúna, em Osasco.
(ARQUIVO/AGÊNCIA ESTADO/AE – memoriasdaditadura.org.br).

A VPR cobrou o retorno das armas, e Marighella restituiu um número incerto de fuzis, dos quais não se sabe o paradeiro (MAGALHÃES 2012:324).

No caso das ações armadas organizadas na zona rural, o quadro é um pouco melhor, já que a repressão foi pública e envolvendo grandes contingentes militares, ao contrário da repressão aos grupos urbanos, que ocorreu quase que exclusivamente na clandestinidade.

Os três principais focos guerrilheiros contra a ditadura Caparaó, Vale do Ribeira e Araguaia foram desarticulados antes do início dos combates. A mobilização dos militares na repressão aos três contou com ampla cobertura dos jornais da época o que gerou grande quantidade de fotos e relatos. Há também farta literatura, inclusive de ex-militantes, sobre o assunto, onde há menções ao armamento usado pelos guerrilheiros.

No Foco da Serra do Caparaó, foi possível chegar a uma quantidade aproximada de armas que seriam usadas: 9 fuzis Mauser 762, 4 submetralhadoras I.N.A. 953 ACP 45, 2 espingardas 22 de repetição, 1 escopeta 12 de repetição, 1 revolver 45, alguns revolveres 38 e explosivos (CAPITANI 1997:104/105).

Foto 3: Algumas armas apreendidas com os guerrilheiros na Serra do Caparaó.
(lovantino.wordpress.com).

No Vale do Ribeira, há indicação do uso de armas civis, além de pelo menos dois FAL’s e uma submetralhadora INA (JOSÉ & MIRANDA 1980, PALMAR 2014).  

No Araguaia o armamento dos guerrilheiros era precário e os militantes precisavam de armas eficazes, semelhantes às de seus oponentes. Consequentemente, foram priorizadas as ações de captura de armas diretamente dos efetivos militares na região da guerrilha, que por sinal, jamais tiveram êxito (ARROYO 1980). Prova disso, é que dentre as armas apreendidas em poder dos guerrilheiros, não consta nenhum FAL, fuzil usados pelas forças armadas brasileiras durante à repressão ao foco.

Apesar de nenhum FAL ter sido expropriado no Araguaia, de acordo com Arroyo, um dos líderes do grupamento do PC do B, foram obtidas na região duas espingardas de dois canos (calibre 16); uma espingarda (calibre 16); dois revólveres (calibre 38); um revólver (calibre 32); uma garrucha; e uma carabina (calibre 32-20) (…) (ARROYO 1980:4).

O restante do armamento, de acordo com Arroyo, era divido pelos três destacamentos guerrilheiros (ARROYO 1980). O destacamento A dispunha de: 8 fuzis (1 no conserto), 5 rifles 44, uma submetralhadora fabricada na região, uma submetralhadora INA, 8 espingardas 20, 22 revólveres 38 e um revólver 32. O destacamento B possuía um fuzil, 1 submetralhadora Royal, 3 rifles 44, 2 espingardas 16 de dois canos, 1 espingarda 16, 1 carabinas 32-20, 2 espingardas 20, uma carabina 22, 12 revólveres 38. O destacamento C tinha 2 fuzis, 7 rifles 44, 5 espingardas 20 e 14 revólveres 38. Mais 10 armas longas no conserto e uma média de 40 balas, para cada revólver 38. Não havia cartuchos suficientes para as espingardas 20 e não havia mais balas de calibre 22 (NASCIMENTO 2000:142/143).

Fotos 4 e 5: Os combatentes da Guerrilha do Araguaia e suas armas.
(paulofontelesfilho.blogspot.com)
).

Fica claro que as armas mais usadas pelos revolucionários brasileiros eram a submetralhadora INA 45 e o revólver 38. De fato, Marighella defendia o uso de ambas como armas padrão nas ações urbanas (MAGALHÃES 2012:384). Muitos fuzis Mauser 762, de fabricação alemã, usados pelas forças armadas desde o início do século XX até 1964, foram expropriados e empregados na luta armada. A submetralhadora INA 45 foi usada pelas forças armadas entre as décadas de 1950 e 1970. Os revólveres 38 eram usados pelas forças militares e por muitos civis no campo e na cidade. Em raras ações, foram usados os FAL expropriados pela VPR. Também foi usado armamento variado expropriado de civis (pistolas, cartucheiras, espingardas, etc.), além de armas fabricadas artesanalmente pelos próprios militantes.

Quantificar com precisão o arsenal dos grupos revolucionários é tarefa complexa, pelas razões expostas acima. Mas a análise das fontes que mencionam o armamento mostra que se tratava de um arsenal reduzido, que talvez não alcançasse as duas mil armas, muitas delas obsoletas e inapropriadas ao uso militar.

OS EFETIVOS

A simples comparação entre os efetivos deixa claro que a vitória dos revolucionários era improvável, para não dizer impossível.

Para ilustrar esta afirmação, basta comparar os números de tropas mobilizadas para reprimir as três tentativas de estabelecimento de focos de guerrilha rural. Todas foram rapidamente derrotadas e amplamente superadas em homens e armas pelas tropas da ditadura. A Serra do Caparaó foi ocupada por mais de 2 mil militares do exército, FAB e PMMG, para reprimir um grupo de 11 guerrilheiros, numa proporção de 180 militares para cada guerrilheiro. No Vale do Ribeira as forças armadas e policiais mobilizaram 3 mil homens contra 13 militantes, ou 230/1. No Araguaia ocorreu a maior mobilização de tropas militares brasileiras após a 2º Guerra Mundial, foram deslocados 10 mil efetivos para eliminar 70 combatentes, numa proporção de (142/1) (GASPARI 2002). Nos três casos a FAB deu significativo apoio aéreo.

Os militares e demais agentes da repressão também dispunham de armamento moderno como pistolas 9 mm, FAL’s, escopetas de repetição calibre 12, granadas de mão, além de coletes a prova de bala (USTRA 1987).

RESULTADOS

Como ficou demonstrado, o armamento das organizações revolucionárias era reduzido e precário. E durante o conflito não foi possível estabelecer qualquer sistema de suprimento, limitando o arsenal a uma quantidade irrisória de armas, a maioria delas obsoletas, insuficientes para colocar em risco a ditadura.

As informações apesar de fragmentadas e inconclusivas, demonstram a precariedade bélica das organizações revolucionárias e consequente impossibilidade de qualquer vitória, e contribuem para a compreensão de que a tão propalada ameaça comunista não passou de um embuste propagandeado pelas forças da repressão para justificar atos ilegais, eliminar os últimos resíduos democráticos e transformar o Brasil numa verdadeira ditadura.

CONTINUAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS

O interesse pelo tema continua e a ideia é tentar desvendar o paradeiro de algumas dessas armas após as apreensões e a derrota das esquerdas revolucionárias. Saber, por exemplo, se estas armas foram comprovadamente destruídas após as apreensões? Se foram oficialmente reinseridas nos arsenais das forças armadas e policiais? Se foram desviadas pelos próprios militares e policiais para coleções particulares, para os esquadrões da morte ou entregues a criminosos comuns? Será que algumas delas, não apreendidas pela repressão foram escondidas pelos militantes em algum depósito e esquecidas por meio século?

(BIBLIOGRAFIA CONSULTADA no fim da página)



Caso você não tenha Pic Pay ou queira saber maiores detalhes para ajudar a manter este site independente e limpo de propaganda e a expandir seu alcance gratuito, a doação de qualquer contribuição simbólica nos ajudará muito na divulgação.

Site independente: não aceitamos patrocínio de empresas poluidoras, nem partidos ou governos, para manter intacta nossa liberdade de expressão.
Sua ajuda é muito importante.
Clique em um botão abaixo:

Desde já agradecemos a todos(as) que leem nossos textos, que assinaram com e-mail ou curtiram nossas páginas nas redes sociais, que compartilham as matérias que gostaram, aos professores(as) que utilizam os textos com seus alunos, aos Doadores e aos não-doadores, enfim, a todos(as) que nos apoiam de alguma forma nesta iniciativa que pretende contribuir com as discussões que às vezes são deixadas de lado pela mídia formal.

Atenciosamente,

Equipe do Cidadania-Geográfica.


Últimas matérias publicadas (passe para o lado):


BIBLIOGRAFIA

ALVES, T.
2009 Dos quartéis aos tribunais: a atuação das Auditorias Militares de Porto Alegre e de Santa Maria no julgamento de civis em processos políticos referentes à Lei de Segurança Nacional (1964-1978). Dissertação de Mestrado em História, PPGH/UFRGS, Porto Alegre.

BASTOS, E. C. S.
s/d FAL M964A1/Pelopes 7.2 mm. Aproveitando melhor o que se tem. UFJF (www.escbdefesa.com.br).

BRASIL
2007 Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos – Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Brasília.

BRASIL
2017 Crimes da ditadura militar / 2ª Câmara de Coordenação e Revisão, Criminal. – Brasília: MPF. 348 p. – (Série relatórios de atuação, 2)

CAPITANI, A. B
1997 Rebelião dos Marinheiros. Editora: Artes e Ofícios.

FARIA, C.
2005 Revolucionários, Bandidos e Marginais: Presos Comuns e Políticos sob a Ditadura Militar. Dissertação de Mestrado em História PPGH/UFF Niterói.

GASPARI, E. 
2002 A ditadura escancarada. São Paulo. 2º reimpressão. Companhia das Letras.

GOLIN, C.
1999 Memórias de Vida e Criação. Coleção Memória das Letras II. Edipucrs. Porto Alegre.

GOMES NOGUEIRA, J.
2008 Carlos Lamarca no imaginário político brasileiro: o papel da Imprensa na construção da imagem do “Capitão Guerrilheiro”. Revista Ágora, n. 7, p. 1-28. Vitória.

BASTOS s/HENROTIN, G.
2004 The FN FAL Explained, (ebook) H&L Publishing – HLebooks.com.

HSDL
1979 Handbook on the Cuban Armed Forces

JOFFILY, M.
2008 No Centro da Engrenagem: Os Interrogatórios na Operação Bandeirantes e no DOI de São Paulo (1969-1975). Tese de Doutora História Social, USP. São Paulo.

JOHNSTON, G. P.; NELSON, T. B.
2010 The World’s Assault Rifles. Ironside International Publishers, Lurton, VA, USA.

JOSÉ, E.; MIRANDA, O.
1980 Lamarca – O Capitão da Guerrilha. . Global, ed.  São Paulo.

LIMA, E. P.
2007 Trabalhador: arme-se e liberte-se: A Ação Libertadora Nacional (ALN) e a resistência operária pela luta guerrilheira. Monografia de Bacharelado. UNIRIO.

MACIEL, W. A.
2003 Repressão Judicial no Brasil: O Capitão Carlos Lamarca e a VPR na Justiça Militar (1969-1971). Dissertação de Mestrado em História Social. FFLCH/USP, São Paulo.

2009 Militares de esquerda: formação, participação política e engajamento na luta armada (1961-1974). Tese de Doutorado em História Social. FFLCH/USP, São Paulo.

MAGALHÃES, M.
2012 Marighella: o Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo. Cia. das Letras, São Paulo.

MANUAL DE OPERAÇÃO EB-1956

MENEGHETTI, F. K.
2011 Origem e Fundamentos dos Esquadrões da Morte no Brasil. XXXV Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro.

MIR, L.
1994 A Revolução Impossível. São Paulo: Editora Best Seller.

MOURÃO, M.
2005 Memórias clandestinas: a imprensa e os cearenses desaparecidos na guerrilha do Araguaia. Fortaleza: Expressão.

NASCIMENTO, D. M.
2000 A Guerrilha do Araguaia; Paulistas e Militares na Amazônia. Dissertação de Mestrado, NAEA/UFPA. Belém.

PALMAR, A.
2014 Revelações inéditas sobre a Guerrilha do Vale do Ribeira. Documentos Revelados, http://www.documentosrevelevados.com.be

PINHEIRO, M. (org.)
2014 Ditadura: o que resta da transição? Boitempo Editorial. São Paulo

ROLLEMBERG, D.
2001 O apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro. Rio de Janeiro: Mauad.

2001 A ALN e Cuba: Apoio e Conflito. Cadernos AEL, v.8, n.14/15.

2007 Carlos Marighella e Carlos Lamarca: memórias de dois revolucionários. IN: FERREIRA, J.; AARÃO REIS, D. (orgs.). As esquerdas no Brasil. Revolução e democracia. Vol. 3. 1964… Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

COMISSÃO da VERDADE do ESTADO de SÃO PAULO
2014 Relatório – Tomo I – Parte I – 120ª Audiência – A perseguição aos Militares que Resistiram à Ditadura. São Paulo.

www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete…/vanguarda-popular-revolucionaria-vpr

SMITH, W. H. B.
1990 Small Arms of the World Hardcover. EZELL, E. C. (Editor) Castle Rock, Pittsford, NY, U.S.A.

USTRA, C. A. B.
1987 Rompendo o silêncio. OBAN DOI/CODI: 29 set 70 – 23 jan 74. Editerra Editorial. Brasília.


Publicidade:

CLIQUE NO BANNER PARA IR AO SITE DA EXCURSÃO PARA O FESTIVAL.

Publicado por Alessandro Chakal

Geógrafo formado pela UFES (Espírito Santo - Brasil); Analista Ambiental e Paisagístico; Analista de Planejamento Territorial e Geoprocessamento (SIG/GIS); foi assessor sênior da Frente Parlamentar Ambientalista do ES (ALES); ex-Conselheiro Estadual de Cultura, na câmara de patrimônio ecológico, natural e paisagístico; Produtor Cultural e Músico (vocalista da banda The Windows - Tributo ao The Doors desde 1994), e responsável pela Agência TURISMO-GEOGRÁFICO: Expedições e Excursões - para o Festival de Jazz & Blues de Rio das Ostras (RJ), e para o Pico da Bandeira e travessia da Cordilheira do Caparaó (ES-MG).

Deixe um comentário

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora