WILSON COÊLHO: UM DIABO NO PARAÍSO

Nesse livro, NOSOTROS, Wilson Coêlho representa ou apresenta uma face diferente de tudo o que escreveu até agora. Seus livros tinham um caráter dionisíaco. Aqui é um pouco diferente, se trata de uma espécie de testemunha de sua viagem à Cuba; ele não é o que sai da boca de Wilson Coêlho (Deixem-me Falar), mas o próprio país (Cuba) e o autor faz um trabalho de pesquisador. Ele olha a realidade de Cuba sem preconceito contra ou a favor.

Obra: NOSOTROS
Autor: Wilson Coêlho
Gênero: Romance
Editora: Cousa
Idioma: Português
312 páginas
Preço: 50,00

Sinopse: A história de um personagem que, desde criança, se interessa pela Revolução Cubana e que, coincidentemente, acontece no ano de seu nascimento. Seus passatempos prediletos eram ler e ouvir música pelo rádio. Sua trajetória começa quando ele conhece Guantanamera, a partir da qual empenha-se em aprender a língua espanhola. Na medida em que cresce, envolve-se com o teatro, a literatura e a música, enfim, participa de diversos movimentos culturais e artísticos como festivais de teatro, música e literatura. Para além do seu interesse, muitos acontecimentos lhe conduzem em direção à realização de seu sonho de conhecer Cuba. O romance se desenvolve numa série de relatos onde o personagem se torna uma espécie de testemunha, considerando que a protagonista é a Revolução Cubana. Assim, o personagem está presente em diversos lugares e se envolve com muitas pessoas que desfrutam do tema em comum que é a América Latina.

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Wilson Coêlho se deixou levar pelo coração quando ele vê a condição das crianças. Dá a impressão de que temos um país que sobrevive apesar do “blocus continental” orquestrado pelo “Tio Sam” (desde que os USA boicotaram a Ilha) e Wilson Coêlho nos mostra que Cuba não é um país de delírio como a Coreia do Norte. Também não corteja os países dito ricos, e tem um vizinho que manda e desmanda no mundo.

O que vai sobrar de tudo isso? Eu acho que vão se formar vários blocos como já temos (Europa, Ásia, idem). É difícil opinar sobre o regime de Fidel Castro porque as informações que tínhamos eram vagas e até mentirosas.

Mapa de Blocos Econômicos (2013)
(fonte: https://www.todoestudo.com.br/geografia/apec)

Cuba, segundo Wilson Coêlho, se parece bastante com o Brasil; e é algo muito fino e delicado, justamente essa delicadeza da qual Rimbaud menino-poeta falava, dizendo que nós a perdemos por causa do mundo-ogro e reinos dos fortes, das máquinas.

Se diz que é um romance, mas é uma narração. Testemunha. Wilson Coêlho diz a verdade? A contra-corrente do que se fala normalmente – “A Europa é triste, perdeu o senso do sorriso.” (Camus)

O estilo é dos mais simples, enxuto, não tem aqueles “joyceanismos” dos outros livros; agora não é a linguagem que é o principal personagem. Para Wilson Coêlho tem uma obra se construindo sobre “as coisas vistas”, de Victor Hugo, em relação à revolução de 1848.

“Nosotros” é uma evidência limpa como um poema de Verlaine. Talvez seja o “óbvio ululante”, de Nelson Rodrigues.

Wilson Coêlho observa que essa narração mostra certos traços semelhantes e o mais evidente é o fato de Vitória e Cuba serem ilhas. Uma, a primeira, como sendo “encaixada” no continente como um feto na Terra Mãe; ilha, pois, “fechada”. A outra, Cuba, completamente solta como um barco, mas – paradoxalmente – vítima do “blackout” dos USA que quer afundar o barco. “A Ilha Misteriosa”, “A Ilha de Thule”, Atlântida!…o fechamento do espaço da Ilha é ao mesmo tempo fechado (como sair dela?) e aberto, já que seu litoral pode nos levar a qualquer lugar ou a lugar nenhum.

A ilha tem a ver com o paraíso (ver um filme americano sobre esse tema). É o paraíso reencontrado: mas é também o inferno, já que a ilha é um esconderijo para os piratas. A foto da capa de qualidades estéticas, mas dá a impressão de que estamos num país onde teve uma guerra e um bombardeio. A ilha mostra um mundo parado no tempo e espaço vazio da solidão de Cuba diante dos USA. Ilhação. Solidão que permite a Cuba de escapar da sociedade de consumismo e oferece mais humanidade que essa. O tempo numa ilha é circular e isso é a marca dos deuses.

Capa do livro NOSOTROS (Wilson Coêlho) da Editora Cousa.

Nós temos: “Nossa Senhora do consumo”, olhamos como esse país que não passa a ideia de alienação, um país que é rejeitado pela comunidade internacional.

O ar de pobreza não está gravado nos rostos e percebemos uma espécie de afinidade natural.

Clique nas Fotos acima para ampliar e deixe seu comentário. Fontes:
https://www.moviepilot.de/movies/buena-vista-social-club-2 | https://imagenseviagens.com.br/2017/03/30/cuba/ | https://www.constancezahn.com/lua-de-mel/lua-de-mel-a-riqueza-cultural-e-natural-de-cuba/ | https://convencao2009.blogspot.com/2015/09/autoestima-e-alto-padrao-educacional-da.html | https://viajareslapera.com/america/cuba/que-ver-en-la-habana-en-3-dias/ | https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g147271-d9791266-i280522917-Buena_Vista_Social_Night-Havana_Ciudad_de_la_Habana_Province_Cuba.html | https://www.tpr.org/post/return-visit-old-friends-buena-vista-social-club-adios

Obviamente, com o “blackout” internacional a ilha poderia ter sido afundada. Mas não. Sem o apoio da URSS doravante morta, poderíamos pensar que Cuba ia desmoronar. Não, quer dizer, o sistema cubano consegue viver sem os vícios da sociedade de consumo. E a vida é difícil, é frágil, mas quem diz que ela é fácil? Ela é, sim, frágil como uma moça ou uma rosa: fonte de vida e não de morte. Como o Vietnam e a Praia dos Porcos, nome predestinado…

Tropas imperialistas (USA) que invadem outros países como Vietnam e Cuba (na Praia dos Porcos) para saquear, roubar, estuprar, torturar e matar. Governos USA mataram 110 milhões de pessoas ao longo do século.
(fonte: https://www.brasil247.com/blog/governos-dos-eua-mataram-110-milhoes-de-pessoas-ao-longo-do-seculo)

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Fotos de Revolucionários que resistiram e resistem ao imperialismo norte-americano em alguns países onde as invasões dos USA fracassaram. (Clique nas FOTOS para ampliar e nas LEGENDAS para acessar as fontes).

Num mundo preso nas redes de comunicação, Wilson Coêlho desperta em nós um sentimento indispensável:

a Esperança.


Vida e Obra de Wilson Coêlho:

Wilson Coêlho é poeta, tradutor, palestrante, encenador, dramaturgo e escritor com 20 livros publicados, licenciado e bacharel em Filosofia e Mestre em Estudos Literários pela UFES, Doutor em Literatura Comparada pela UFF e Auditor Real do Collège de Pataphysique de Paris. Como professor universitário lecionou disciplinas de filosofia, ética, ciência política, artes e lógica. Assina a direção de 24 espetáculos montados pelo Grupo Tarahumaras de Teatro, com participação em festivais e seminários de teatro no país e no exterior, como Espanha, Chile, Argentina, França e Cuba, ministrando palestras e oficinas.

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Gilbert Chaudanne

Biólogo e Mestre em Geologia.

Porém, Escritor e Pintor.

Gilbert Chaudanne é francês, formado em biologia, com mestrado em geologia, porém escritor, pintor e crítico de arte. Desde que saiu da França, tendo viajado por vários países, exerceu diversas funções, de ajudante de pedreiro a entregador de cerveja, foi diretor e professor do Colégio Sinjacy (Laos),diretor da Aliança Francesa de Teresina (PI), professor de Literatura Francesa da Universidade Federal do Piauí, professor de Língua Francesa no Centro de Línguas do Piauí e, por último, professor de Literatura do Curso Universitário Nancy (França) na Aliança Francesa de Vitória-ES. Tem vários livros publicados, na França e no Brasil, além de colaborar, nesses países, para revistas, cadernos e jornais de cultura. Atualmente, realiza palestras de arte e literatura.



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Publicado por Alessandro Chakal

Geógrafo formado pela UFES (Espírito Santo - Brasil); Analista Ambiental e Paisagístico; Analista de Planejamento Territorial e Geoprocessamento (SIG/GIS); foi assessor sênior da Frente Parlamentar Ambientalista do ES (ALES); ex-Conselheiro Estadual de Cultura, na câmara de patrimônio ecológico, natural e paisagístico; Produtor Cultural e Músico (vocalista da banda The Windows - Tributo ao The Doors desde 1994), e responsável pela Agência TURISMO-GEOGRÁFICO: Expedições e Excursões - para o Festival de Jazz & Blues de Rio das Ostras (RJ), e para o Pico da Bandeira e travessia da Cordilheira do Caparaó (ES-MG).

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